Quebrando regras

Paulo é um empresário bem sucedido, casado, pai de duas filhas, uma de quatro e outra de seis anos. Nos últimos meses ele ficou muito aficionado pelo seu trabalho, ocupando praticamente todo o seu tempo, chegando em casa tarde da noite.

Sua esposa, a Jéssica, costumava guardar todos os papéis de embrulhos e caixinhas para presente, para que em outras ocasiões, fossem reutilizadas.

Certa noite, ao chegar em casa, Paulo encontrou sua filha caçula cortando um daqueles papéis (justo o que ele achava mais bonito, o azul brilhoso). Ele ficou chateado e deu uma bronca na menina.

Foram se passando os dias e ele foi esquecendo, até que chegou o seu aniversário. De manhã bem cedo, a menina foi ao quarto do pai e lhe entregou uma caixinha embrulhada com um papel azul brilhoso. "Toma papai, é pra você!" Disse a menina.

O pai abriu a caixa e ela estava vazia. Ele ficou visivelmente decepcionado, a menina percebeu e ficou com os olhos cheios d'água. Mas para se justificar a menina disse: "A caixa não está vazia papai. Eu não tinha um presente, então soltei muitos beijinhos dentro dela, completando com o meu amor."

Neste momento o pai se sentiu muito mal por não ter tido a sensibilidade para reconhecer a bela intenção de sua pequena filha. Ele percebeu na prática que às vezes, pequenas regras podem e devem ser quebradas, dependendo do motivo, e que cabe a nós aprender a reconhecer e valorizar quando esse momentos especiais acontecerem.